Exposição - Marionetas: Escultura e personagem, de Helena Milán

2023

As marionetas de Helena Millán caracterizam-se pela qualidade artística da sua produção e encenação.
Participou em algumas das principais exposições colectivas de arte marionetista em Espanha e, em 2108, realizou uma exposição individual na Galeria Torreón Fortea, sede do Departamento de Cultura da Câmara Municipal de Saragoça, uma sala dedicada à pintura, escultura e fotografia, que acolheu pela primeira vez uma exposição individual do seu trabalho. dedicada à pintura, à escultura e à fotografia, que acolheu pela primeira vez uma exposição de marionetas exposição de marionetas consideradas como objetos artísticos. Foi a exposição mais visitada nesta galeria nos últimos dez anos.

UM CORAÇÃO NO INTERIOR DAS MARIONETAS

Helena Millán nasceu em Saragoça (Espanha) em 1957. Frequentou a Escola de Artes da sua cidade natal e participou activamente em movimentos de renovação pedagógica, particularmente através do Teatro. Após um curso com o marionetista sueco Michel Meschke, construiu a sua primeira marioneta de fios, apaixonou-se decisivamente por esta actividade e desenvolveu-a. Dirigiu o Taller de Marionetas de la Universidad Popular de Zaragoza (1989-1994); em 1995, fundou e conduziu a sua companhia de forma independente e corajosa – Títeres de la Tía Elena; deu origem com outras companhias ao Parque de las Marionetas, em Saragoça em 1999; colaborou, entre outros, com o Taller de Marionetas de Barcelona; coordenou com a sua companhia as Muestras de Títeres y Juglares en el Monasterio de Veruela.

Se o cuidado cénico dos seus espectáculos é grande não é menor o conteúdo que transmite através das palavras. Como escreveu Adolfo Ayuso «conseguiu misturar a ternura com a vontade de justiça. A festa com a reflexão». Helena Millán dá forma a marionetas em primeiro lugar desenhando-as. Depois, esculpe diversas matérias – madeira, cartão, terracota, látex – põe os fios, pinta-as e veste-as. Mas há algo essencial que não se vê: «gosto de deixar no interior das marionetas alguma surpresa: um coração, um pedaço de papel com um poema», escreveu a autora. A imaginária que nos traz não foi concebida para uma sala de exposições, mas todos ganhámos ao vê-las, mais de perto, aqui no Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, uma Casa que há anos é parceira da BIME – Bienal Internacional de Marionetas de Évora – com a maior alegria.

Sandra Leandro

Directora do Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo

 

ESCULPIR, MODELAR, COM AS MINHAS MÃOS E O MEU CORAÇÃO

A minha devoção pelo desenho e por dar forma à matéria sempre esteve comigo. Tudo o que muda de forma com a pressão dos meus dedos ou das minhas goivas cativa-me.

Todas as técnicas e materiais que utilizo são canais que emprego para dar forma às sensações e emoções que a vida me permite experimentar na minha relação com o que me rodeia, com as pessoas, com os acontecimentos e com as coisas. Coisas que acontecem e são belas, e outras que acontecem à nossa revelia. Dou-lhes forma, digo eu, em personagens de madeira, cartão, terracota, látex e outras, que, animadas pelas minhas mãos, transmitem em diferentes situações a destilação do que experimentei, intuí, apreendi, desejei…

                      Helena Millán

        Títeres de la Tía Elena

MUSEU DE ÉVORA / BIME / CENDREV


Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo

Público: Famílias | Todos


INAUGURAÇÃO: 6 DE JUNHO às 18H30



Seminário - A marioneta: Um património em constante transformação

2023

A evolução do teatro de marionetas ao longo da História mostra que, longe de se limitar à fórmula tradicional da manipulação de uma figura esculpida por um marionetista, este tipo de teatro revela uma grande capacidade de se transformar e de se renovar, criando formas novas e suscitando práticas inovadoras, ou pelo contrário, ressuscitando espólios perdidos e conservando ativamente o património da marioneta antiga.

 

Sala 205

 


Sessão 1:

Dia 7 de junho, 10h – 13h

Moderação: José Alberto Ferreira (CHAIA)

10h – 10h30  – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

Francisco Cornejo (Universidade de Sevilha/Espanha)

Conservar lo efímero: la salvaguarda del teatro de títeres

Debate

Pausa

10h45 – 11h15  – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

José Gil (S.A. Marionetas)

Salvar o teatro tradicional de marionetas português através da sua reescrita (O Saloio de Alcobaça) por José Manuel Valbom Gil

 

11h15 – 11h45  – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

Adolfo Ayuso e Helena Millán

Reconstrução de marionetes históricos através de textos e documentos gráficos: a reconstrução de alguns marionetes da tarumba.

 

11h45 – 12h30  – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

Amândio Anastácio (Alma d’Arame) e Luis Grifú

Marionetas Digitais – desafios à manipulação de formas não tangíveis

Debate

 


Sessão 2:

Dia 9 de junho, 14h – 16h

Moderação: Christine Zurbach (CHAIA)

 

14h – 14h30  – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

Francesca Cecconi (Universidade de Verona/Itália)

Las mil caras de Cenicienta: una fábula a través de los siglos y las marionetas

Debate

 

14h45  – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

José Russo (Bonecos de Santo Aleixo)

Bonecos de Santo Aleixo, o movimento destas figuras de pau

 

15h15 – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

Igor Gandra (Teatro de Ferro)

Arquivo Zombie – Algumas notas sobre o processo de criação.

Universidade de Évora (CHAIA – Centro de História de Arte e Investigação Artística) e CENDREV / BIME

Coordenação de CHRISTINE ZURBACH


PALÁCIO DO VIMIOSO

Público: Estudiosos, artistas e curiosos


7 e 9 DE JUNHO 2023



Sobre 2023

BIENAL INTERNACIONAL DE MARIONETAS DE ÉVORA em 2023

A BIME decorre de 6 a 11 de junho. É um acontecimento de enorme importância na área do Teatro de Marionetas, não só no plano nacional, mas também no plano internacional. A primeira edição da Bienal teve lugar em 1987, na sequência do trabalho realizado pelo CENDREV – Centro Dramático de Évora, com os Bonecos de Santo Aleixo.
Foi o primeiro programa do género no território nacional. 

"BIME foi, em 1987, o primeiro programa do género em Portugal."

O REGRESSO À VIDA NAS RUAS

A Bienal vai voltar de novo à rua, retomando a sua verdadeira dimensão, depois de uma última edição completamente atípica em período de pandemia, e conta com a participação de 27 companhias oriundas de Espanha, Brasil, Grécia, Dinamarca, Itália, França, Bélgica, Inglaterra, Cabo Verde e Portugal. Uma cidade cheia de marionetas, com dezenas de apresentações em 16 espaços diferentes, uma exposição no Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo e um Seminário Internacional, em parceria com o CHAIA – Centro de História de Arte e Investigação Artística, da Universidade de Évora.

Este ano a BIME apresenta-se também nos concelhos de Arraiolos e Reguengos de Monsaraz.

A cidade de Évora dispõe de condições verdadeiramente excecionais para a acolher este evento, com um centro histórico que é um verdadeiro palco natural ao ar livre. Assim, para além dos espetáculos de sala, a programação considera igualmente um conjunto de apresentações em diversos espaços de rua, dando forma a um programa de animação cultural da cidade património a caminho da Capital Europeia da Cultura.

A sua realização é possível devido ao financiamento do Ministério da Cultura, através da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses e do financiamento da Câmara Municipal de Évora, parceira do CENDREV na sua realização.


Calendário 2023

CALENDÁRIO

JUNHO de 2023


Companhias 2023

Companhias

para a BIME 2023

Alex Barti

The Alex Barti Show

Associação PedeXumbo

Vira a Boneca - Baile Mandado

Bonecos de St. Aleixo

Auto da Criação Do Mundo

Compagnia Dromosofista

Historieta de un Abrazo

Compagnie Pelele

La muerte de Don Cristobal

Compagnie Pelele

Los funestos esponsales de Don Cristóbal

Compañía Toni Rumbau

El Titiritero, el Doble y la Sombra

Companyia Eudald Ferré

Sortits dels Contes

Companyia Eudald Ferré

Z, Las Aventuras del Zorro

El Bechin

Horror Puppets Show

Era Uma Vez, Marionetas

A Azinheira Sinaleira

Gigabombos Do Imaginário

Gigabombos do Imaginário

La Puntual

Pipa, El Títere Maravilha.

Le Petit Miracle

Le Cirque des Puces Savantes

Mamulengo Presepada

O Romance do Vaqueiro Benedito

Red Cloud – Teatro de Marionetas

Isto Aconteceu de Repente. Distorção.

Saaraci Coletivo Teatral

A Cruz de Rufino

Sofie Krog Teater

Quacksalver (Charlatão)

Stephen Mottram

The Parachute

Teatro da Recusa

“O sumiço do Segismundo” Teatro de Mamulengo

Teatro de Ferro e Teatro de Marionetas do Porto

Maiakovski, O Regresso do Futuro

Teatro La Estrella

El Gato con Botas

Títeres Tía Elena

Magia Circo y Marionetas

Trulé – Investigação de Formas Animadas

O Namoro - Robertos, Viola e Campaniça

Txo Titelles

Galletas de queso


INFORMAÇÕES 2023

2023

A programação pode ser alterada, em casos de força maior, sem aviso.

 

BILHETES: 

  • Preço Normal:  8,00€
  • PassaporTeatro: 5,00€
  • Desconto 50%: 4,00€
    Cartão Estudante
    >65 anos | Reformados
    Funcionários da C.M Évora
    Crianças até 12 anos
    Cartão PassaporTeatro
    Estudante e Sénior | 3º Bilhete de oferta
  • Desconto família: (só no TGR)
    2 adultos + 1 criança – 3,33€ (Total – 9,99€)
  • 2 adultos + 2 criança – 3,00€ (Total – 12,00€)
    2 adultos + 3 criança – 2,80€ (Total – 14,00€)
    2 adultos + 4 criança – 2,66€ (Total – 15,96€)

BILHETEIRA: 

WWW.BOL.PT

Pontos de venda aderentes à BOL:
www.bol.pt/Projecto/PontosVenda

BILHETEIRA DO TEATRO GARCIA DE RESENDE: 

De segunda a sexta das 9h00 às 12h30 / 14h00 às 17h30

Nos locais dos espetáculos 2h00 antes do ínício.

 

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Normas dos espaços dos espetáculos

  • A lotação é limitada a cada espaço.
  • Não é permitido qualquer registo vídeo ou áudio durante o espetáculo, nem o uso do telemóvel ou outros equipamentos sonoros durante o espetáculo.
  • No Salão Nobre do Teatro Garcia de Resende, os assistentes de sala encaminharão os espectadores para o seu lugar por ordem de chegada, cumprindo o espaçamento de uma cadeira entre espectadores, mesmo que co-habitantes, exceção feita aos camarotes onde, até três espectadores co-habitantes, poderão ficar juntos.
  • Nos restantes espaços, o público é encaminhado para o seu lugar por ordem de chegada, cumprindo igualmente o espaçamento de uma cadeira entre espectadores, mesmo que co-habitantes.

 

Regulamento de Proteção de Dados

  • Conforme o Regulamento Geral de Proteção de Dados, ao reservar o seu bilhete, o CENDREV poderá solicitar que forneça alguns dados.


Ficha técnica e artística

 

Organização
CENDREV – Centro Dramático de Évora

Estrutura Financiada
Ministério da Cultura / Direção-Geral das Artes/ Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses
Câmara Municipal de Évora

Direção Artística
Ana Meira e José Russo

Equipa Artística dos Bonecos de Santo Aleixo
Ana Meira, Isabel Bilou, Gil Salgueiro Nave, José Russo, Victor Zambujo

Direção Técnica
António Rebocho

Maquinistas
Miguel Madeira, Paulo Carocho, Tomé Baixinho

Iluminação
Fabrisio Canifa

Produção Executiva
Patrícia Hortinhas

Direção Financeira
Cláudia Silvano

Apoio à Produção
Ana Duarte, Beatriz Sousa

Ilustração Cartaz
António Couvinha

Design Gráfico
Alexandra Mariano

Comunicação e Assessoria de Imprensa
Helena Estanislau

Fotografia e Animação
Carolina Lecoq

Vídeo
Ínfimo Frame: José Coimbra, Tiago Guimarães

Websites e apoio multimédia
Atalhos Objetivos, Lda: João Espanca Bacelar

Tradução
Helena Estanislau, João Espanca Bacelar, Patrícia Hortinhas

Oficinas Artísticas para o Público Escolar
Bernardo Bagulho, Maria Marrafa

Construção de Bonecos em Madeira
Bernardo Bagulho, Hélder Cavaca

Montagem
Bernardo Bagulho, Hugo Olim, Ivo Luz, Jorge Baião, Maria Marrafa

Impressão de Materiais Gráficos de Grande Formato
DAC – Publicidade

Loja
Rosário Gonzaga

Bilheteira
Ana Duarte, Margarida Mouro

Distribuição
Vítor Fialho

Limpeza
Fernanda Rochinha

Agradecimentos
Associação Comercial de Évora, Sociedade Harmonia Eborense, Sociedade União Eborense “Bota Rasa”

Exposição
Ver programa próprio

Seminário
Organização: Christine Zurbach/ CHAIA UÉ

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RESERVAS E INFORMAÇÕES
T. 266 703 112 / 913 610 202 / 913 610 194

geral@cendrev.com

T. 266 703 112

   @bime.evora

www.bime.pt



@ Stephen Mottram


Bonecos de Santo Aleixo

Bonecos de Santo Aleixo

Em 1981, começou no CENDREV o processo que levou à recuperação deste inestimável exemplar do teatro popular de bonecos do Alentejo. O processo foi, inicialmente, conduzido pelo Mestre António Talhinhas, o último titeriteiro tradicional que com eles trabalhou mais de quarenta anos. A sua presença revelou-se determinante no processo de recolha e fixação de todo o repertório e na aprendizagem da realização do espectáculo – desde a manipulação e circulação dos bonecos, às características próprias de cada personagem e à dimensão musical do espectáculo, cujo acompanhamento é assegurado ao vivo por uma guitarra portuguesa.

A experiência mantida ao longo destes anos com as viagens dos Bonecos um pouco por todo o mundo, o estudo e investigação entretanto realizados e publicados sobre diferentes aspectos deste teatro de títeres e o trabalho realizado a partir de uma cidade classificada pela UNESCO como Património da Humanidade, constituem elementos da maior importância para a valorização deste importante espólio da nossa cultura popular.

Já vão longe os tempos em que, no Alentejo, o teatro dos títeres era uma das poucas diversões das gentes destes lugares

Ainda assim, a verdade é que os bonecos não perderam o brilho e continuam a encantar o público na aldeia de Santo Aleixo que lhes deu o nome, onde a memória destas “figuras de pau” ainda alimenta conversas, mas também em muitos cantos do mundo onde a magia do espectáculo parece até fazer esquecer a barreira da própria língua.

 

Atores-manipuladores: Ana Meira, Gil Salgueiro Nave, Isabel Bilou, José Russo, Victor Zambujo

Acompanhamento musical: Gil Salgueiro Nave