Exposição – Marionetas: Escultura e personagem, de Helena Milán

As marionetas de Helena Millán caracterizam-se pela qualidade artística da sua produção e encenação.
Participou em algumas das principais exposições colectivas de arte marionetista em Espanha e, em 2108, realizou uma exposição individual na Galeria Torreón Fortea, sede do Departamento de Cultura da Câmara Municipal de Saragoça, uma sala dedicada à pintura, escultura e fotografia, que acolheu pela primeira vez uma exposição individual do seu trabalho. dedicada à pintura, à escultura e à fotografia, que acolheu pela primeira vez uma exposição de marionetas exposição de marionetas consideradas como objetos artísticos. Foi a exposição mais visitada nesta galeria nos últimos dez anos.

UM CORAÇÃO NO INTERIOR DAS MARIONETAS

Helena Millán nasceu em Saragoça (Espanha) em 1957. Frequentou a Escola de Artes da sua cidade natal e participou activamente em movimentos de renovação pedagógica, particularmente através do Teatro. Após um curso com o marionetista sueco Michel Meschke, construiu a sua primeira marioneta de fios, apaixonou-se decisivamente por esta actividade e desenvolveu-a. Dirigiu o Taller de Marionetas de la Universidad Popular de Zaragoza (1989-1994); em 1995, fundou e conduziu a sua companhia de forma independente e corajosa – Títeres de la Tía Elena; deu origem com outras companhias ao Parque de las Marionetas, em Saragoça em 1999; colaborou, entre outros, com o Taller de Marionetas de Barcelona; coordenou com a sua companhia as Muestras de Títeres y Juglares en el Monasterio de Veruela.

Se o cuidado cénico dos seus espectáculos é grande não é menor o conteúdo que transmite através das palavras. Como escreveu Adolfo Ayuso «conseguiu misturar a ternura com a vontade de justiça. A festa com a reflexão». Helena Millán dá forma a marionetas em primeiro lugar desenhando-as. Depois, esculpe diversas matérias – madeira, cartão, terracota, látex – põe os fios, pinta-as e veste-as. Mas há algo essencial que não se vê: «gosto de deixar no interior das marionetas alguma surpresa: um coração, um pedaço de papel com um poema», escreveu a autora. A imaginária que nos traz não foi concebida para uma sala de exposições, mas todos ganhámos ao vê-las, mais de perto, aqui no Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, uma Casa que há anos é parceira da BIME – Bienal Internacional de Marionetas de Évora – com a maior alegria.

Sandra Leandro

Directora do Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo

 

ESCULPIR, MODELAR, COM AS MINHAS MÃOS E O MEU CORAÇÃO

A minha devoção pelo desenho e por dar forma à matéria sempre esteve comigo. Tudo o que muda de forma com a pressão dos meus dedos ou das minhas goivas cativa-me.

Todas as técnicas e materiais que utilizo são canais que emprego para dar forma às sensações e emoções que a vida me permite experimentar na minha relação com o que me rodeia, com as pessoas, com os acontecimentos e com as coisas. Coisas que acontecem e são belas, e outras que acontecem à nossa revelia. Dou-lhes forma, digo eu, em personagens de madeira, cartão, terracota, látex e outras, que, animadas pelas minhas mãos, transmitem em diferentes situações a destilação do que experimentei, intuí, apreendi, desejei…

                      Helena Millán

        Títeres de la Tía Elena

MUSEU DE ÉVORA / BIME / CENDREV


Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo

Público: Famílias | Todos


INAUGURAÇÃO: 6 DE JUNHO às 18H30